Em 2022, a Organização Mundial da Saúde (OMS) colocou a síndrome de burnout como uma doença ocupacional. Mas desde 1999 a Previdência Social já entende o problema como um transtorno relacionado ao trabalho.
Além disso, Brasil é o segundo país do mundo mais afetado pela síndrome de burnout. Por isso, essa mudança trazida pela OMS é bastante significativa. Afinal, ela mostra que precisamos ter mais cuidado com a relação com o trabalho e também com a saúde mental.
Mas você sabe o que é burnout e por que isso acontece? Neste post, nós vamos te explicar mais sobre o assunto!
O que é síndrome de burnout
Burnout vem do inglês e significa “esgotamento”. Um outro nome dela, inclusive, é síndrome do esgotamento profissional. Então, já dá para concluir que está relacionada ao trabalho, não é?
É mais comum em algumas profissões de alta pressão, como entre médicos, professores e policiais. Qualquer pessoa, porém, pode ter a síndrome em algum momento.
De maneira geral, um ambiente de trabalho estressante, com funcionários sobrecarregados, metas irreais, muita pressão das lideranças pode ser um risco. É o caso, por exemplo, de atendentes de telemarketing.
Sintomas da síndrome de burnout
Tá, mas o que significa “esgotamento mental”? É como o nome sugere: tanto cansaço que o cérebro parece “esgotado”, difícil de funcionar.
Sim, é um problema da saúde mental. Entretanto, isso não quer dizer que não tenha sintomas físicos. Os principais são:
- Muito cansaço;
- Dores de cabeça;
- Insegurança;
- Mudanças de humor e apetite;
- Fadiga;
- Dores musculares;
- Pressão alta;
- Dificuldade de concentração;
- Esquecimentos e lapsos de memória.
É comum que a pessoa com a síndrome de burnout comece a ter problemas no cotidiano, e não só na vida profissional. Ela começa a faltar no trabalho, em compromissos familiares e perde o interesse até mesmo em momentos de lazer.
Então, não é impressão: se não tratado, o burnout pode se tornar uma depressão. Aliás, em algumas situações, a síndrome pode ser incapacitante! Em outras palavras, existem pessoas que tiveram burnout e precisaram se aposentar por invalidez, pois não estavam aptas a retornar ao mercado de trabalho.
Diferença entre a síndrome de burnout e o estresse
Você percebeu que os sintomas da síndrome são muito parecidos com os de estresse? Não é por acaso!
A principal diferença é que o estresse, por si só, não é considerado uma patologia. Pelo contrário, ele é uma resposta natural do organismo para situações de emoções intensas. É o caso de uma mudança de carreira, um acidente de trânsito, a vinda de um filho, entre outras.
A síndrome de burnout, por sua vez, é um estado de tensão emocional e estresse crônico provocado pelo trabalho. Ou seja: o estresse é um sintoma. Portanto, não significa que uma pessoa estressada necessariamente tenha (ou vá ter) a síndrome de burnout.
Leia também: Dor de cabeça por estresse: o que é e como tratar
Sinais vermelhos
E como saber se os sintomas que você notou são da síndrome de burnout ou de outra doença? Afinal, dor de cabeça, pressão alta, dificuldade de concentração podem esconder tantas coisas…
Os três principais sinais da síndrome de burnout são a exaustão emocional, o cinismo e a baixa realização profissional. O que isso significa?
- Exaustão emocional: tem a ver com falta de energia e de motivação. É como se a bateria estivesse acabando, mesmo.
- Cinismo: a pessoa começa a agir com impaciência e indiferença, principalmente no ambiente de trabalho. Também é chamado de despersonalização.
- Baixa realização profissional: é o que acontece quando a pessoa perde a produtividade e não consegue mais executar tarefas com a mesma eficácia.
Para o diagnóstico da síndrome, esses três sinais devem aparecer juntos.
O mais comum é que a própria pessoa não perceba que está com o esgotamento profissional. Quem repara nisso é a família e outros que convivem com ela. Então, se é o caso de alguém que você ama, já é uma pista de que esse alguém precisa de ajuda!
A síndrome está relacionada ao trabalho, mas…
Não se engane pensando que a síndrome de burnout só afeta a pessoa no ambiente de trabalho. Por mais que o estresse profissional seja o motivo dos sintomas surgirem, se for ignorada, ela vai interferir na vida pessoal, também.
Afinal, estamos falando em um estresse que se tornou crônico. O cérebro humano não consegue “desligar os problemas” quando o cenário muda. Se a pessoa já se sente desanimada, tem insônia, alterações na memória, no humor, perde o interesse pelas coisas, nada disso fica restrito ao trabalho. Ela vai “levar os problemas para casa”, sim, e a qualidade de vida de todos que convivem com ela vai sofrer o impacto.
Além disso, é muito comum que pessoas com a síndrome busquem maneiras de relaxar que podem trazer complicações a longo prazo. Estamos falando do abuso de álcool, cigarros, drogas e outras atividades de risco que desestressam rapidamente, mas têm sérias consequências.
Por isso, procurar ajuda é muito importante.
A síndrome de burnout tem cura?
Em primeiro lugar, você deve saber: é possível (e direito seu) pedir afastamento do trabalho se tiver com a síndrome de burnout. Muita gente evita procurar ajuda porque tem medo de ser punido na empresa, mas todo trabalhador está amparado pela lei se precisa tratar da sua saúde, certo? Se você não sabe como comunicar a empresa, peça ajuda ao profissional que acompanha seu tratamento. Ele deve saber conduzir a situação.
Agora, indo ao assunto: sim, é possível tratar o burnout! Normalmente, é preciso de terapia e atividades que ajudem a relaxar. Dependendo dos sintomas, também pode ser que o paciente precise de medicamentos.
Isso porque às vezes a pessoa já sofre com ansiedade, um quadro depressivo ou sintomas físicos que comprometem a qualidade de vida (como insônia e hipertensão). Mas evite a automedicação. Apenas um médico pode identificar se é o caso de usar medicamentos e indicar o tratamento adequado!
Prevenção
Sabemos que nem sempre é possível mudar de trabalho ou mudar a dinâmica da empresa, ainda mais dependendo do cargo que você ocupa nela. Mas, se isso for uma opção para você, lembre-se: sua saúde vale mais do que qualquer emprego.
Se isso não for uma opção e a cultura da empresa parece não mudar, procure ter uma rotina que te agrade fora do trabalho:
- Pratique atividade física, como uma caminhada, corrida, bicicleta.
- Não evite o contato com familiares ou amigos que te fazem bem.
- Faça pequenas atividades que saem da rotina, como passear ou comer em um restaurante.
- Evite substâncias como álcool, drogas ou cigarros.
- Se possível, faça terapia. Se não for possível, converse sobre o que está sentindo com alguém de confiança. Não é a mesma coisa, mas ajuda.
Qual médico procurar se desconfio de burnout?
Se você leu até aqui, já viu que o tratamento para a síndrome de burnout inclui terapia. Então, você vai precisar da ajuda de um psicólogo, certo?
Mas apenas um médico pode fazer o diagnóstico correto e prescrever o melhor tratamento. Idealmente, esse profissional é o médico psiquiatra.
Pode acontecer, porém, de você não ser capaz de identificar sozinha se seus sintomas são de burnout ou outra doença. Nesse caso, o ideal é procurar um clínico geral e ele define o que fazer a partir dos seus sintomas.
O que não pode é não procurar tratamento porque não sabe muito bem por onde começar.
O Cartão Beneficiar é parceiro da sua saúde mental
Nós, do Cartão Beneficiar, estendemos a mão para você que está precisando de apoio na saúde mental.
Você não precisa esperar meses em filas do SUS para ter consultas médicas de qualidade, nem pagar os valores dos planos de saúde.
Por um preço acessível de verdade, você encontra psiquiatra e psicólogo para o cuidado da sua saúde mental e, nos 6 primeiros meses, nossos associados têm clínico geral com 100% de desconto.
Para saber como fazer a adesão, é só clicar no banner abaixo.