Segundo dados de um relatório da ONU publicado em julho de 2022, cerca de 1 bilhão de pessoas no mundo convivem com algum transtorno mental. E o transtorno de ansiedade é um deles, principalmente depois da pandemia de covid-19. Mas você sabe quais são os principais tipos de ansiedade?
Neste post, nós vamos falar um pouco mais sobre eles e o que você pode fazer para aliviar a situação durante uma crise de ansiedade. Continue a leitura para entender mais!
O que é a ansiedade patológica?
Sentir ansiedade diante de algumas situações da vida é normal. Essa é uma resposta do corpo para momentos de estresse ou situações desafiadoras, e às vezes pode até ser bom. Afinal, o sentimento de ansiedade nos mantém alertas e preparados nessas situações de tensão.
O problema é que, às vezes, ela se torna excessiva e se torna um quadro de ansiedade patológica. Diferente do sentimento normal do dia a dia, a ansiedade patológica é persistente e afeta as atividades do cotidiano de forma negativa, pois muitas vezes ela é paralisante. Nem precisamos dizer que também causa bastante sofrimento e abala a qualidade de vida da pessoa, não é?
Sintomas da ansiedade
Entre os principais sintomas associados à ansiedade, estão:
- Preocupação excessiva e persistente
- Inquietação ou agitação
- Irritabilidade
- Dificuldade em se concentrar ou a sensação de estar com “a mente em branco”
- Tensão muscular, sudorese e tremores
- Sensação de cansaço ou fadiga
- Distúrbios do sono, como insônia ou sonhos intensos
- Mudanças no apetite, incluindo perda ou ganho de peso
- Aumento da frequência cardíaca e respiração acelerada
- Sensação de medo ou pânico
- Sintomas gastrointestinais, como dor de estômago ou indigestão
- Hipervigilância, ou seja, estar constantemente em alerta em busca de perigos potenciais
- Isolamento social
Mas é importante destacar que a ansiedade se manifesta de maneiras diferentes em cada pessoa e a intensidade dos sintomas pode variar. Por isso, é importante buscar ajuda profissional se você desconfia que está sofrendo de ansiedade. Somente um médico especializado em saúde mental, como um psiquiatra, pode dar o diagnóstico preciso e indicar um tratamento!
Quais são os tipos de ansiedade?
Um outro ponto sobre a ansiedade é que, além de sintomas diferentes, ela pode ter tipos diferentes e também é desencadeada por vários fatores. Você vai ver, a seguir, que dois tipos são comuns na infância, mas já sabe que crianças que tiverem mais pré-disposição à ansiedade tendem a ser adultos mais ansiosos. Por isso, é muito importante identificar cedo os sinais e não tratar como frescura!
Leia também: Dor de cabeça por estresse: o que é e como tratar
Transtorno de ansiedade generalizada
Também chamado de TAG, o transtorno de ansiedade generalizada é um tipo de ansiedade caracterizado por uma preocupação excessiva e persistente em relação a várias situações e eventos, mesmo quando não há motivo aparente para isso.
Os sintomas podem variar de pessoa para pessoa, mas geralmente incluem preocupação excessiva, irritabilidade, dificuldade em relaxar, sensação de inquietação, problemas de sono, como insônia, tensão muscular e problemas gastrointestinais, como dor de estômago.
Diferente daquela ansiedade ocasional que todos temos, o TAG geralmente afeta negativamente a qualidade de vida da pessoa que convive com ele.
Transtorno obsessivo-compulsivo
Você já se pegou preso em um ciclo de pensamentos intrusivos e comportamentos repetitivos e indesejados? Se sim, você pode estar sofrendo de um transtorno obsessivo-compulsivo, ou TOC, um tipo de transtorno de ansiedade caracterizado por pensamentos obsessivos e comportamentos compulsivos.
As obsessões são pensamentos, imagens ou impulsos intrusivos, ou seja, que surgem na mente sem que você tenha pensado nele conscientemente. Já as compulsões são comportamentos repetitivos realizados em resposta a esses pensamentos. E por que isso acontece? Os pensamentos intrusivos causam muita ansiedade, e a pessoa cria esse hábito de repetir comportamentos numa tentativa de aliviar a ansiedade.
Os sintomas do TOC podem variar de pessoa para pessoa, mas geralmente incluem obsessões como medo de contaminação, preocupação com a simetria, pensamentos violentos ou sexuais indesejados, além de compulsões como lavar as mãos repetidamente, verificar portas, contar ou repetir ações. Esses pensamentos e comportamentos podem consumir muito tempo e energia, interferindo nas atividades diárias e na qualidade de vida da pessoa afetada.
Ansiedade de separação
A ansiedade de separação é um tipo de ansiedade que afeta as crianças e é caracterizada por um medo excessivo e persistente de se separar de pessoas queridas, como pais e cuidadores, o que pode resultar em muita angústia emocional.
Os sintomas podem incluir choro intenso, recusa em ir à escola ou ficar sozinho, pesadelos, dores de estômago e preocupação constante com o bem-estar dos entes queridos quando estão separados. Em casa, a criança tende a ficar junto de um dos pais por todos os lados.
É importante ressaltar que a ansiedade de separação é comum em crianças muito pequenas, mas costuma desaparecer sozinha conforme a criança vai entendendo que os pais retornarão. Se os sintomas ficarem cada vez mais intensos e não desaparecerem conforme a criança fica mais velha, o ideal é buscar ajuda especializada.
Mutismo seletivo
O mutismo seletivo também é um tipo de ansiedade mais comum em crianças e sua principal característica é de que a pessoa é capaz de falar em algumas situações, mas em outras, não. É o caso, por exemplo, de crianças que não conseguem falar na escola.
Quando a criança sofre de mutismo seletivo, ela acaba tendo outros problemas devido à condição. Uma situação comum é a de leitura em sala de aula. É normal que professoras alfabetizadoras peçam para a criança ler em voz alta e, se ela não pode fazer esse tipo de atividade, fica difícil identificar se está conseguindo ler. Por isso, é importante que pais e profissionais estejam sempre em contato para buscar ajuda especializada se for necessário.
O mutismo seletivo pode se estender até a vida adulta e, nesse caso, o prognóstico é sempre pior, já que indica um adulto bastante ansioso com situações sociais. Por isso, o ideal é que seja identificado e tratado logo na infância.
Fobias específicas
As fobias específicas são um tipo de ansiedade em que a pessoa tem um medo excessivo e irracional em relação a um objeto, animal, situação ou evento específico. O que diferencia a fobia de um medo qualquer é que eles tendem a ser tão intensos que interferem no dia a dia da pessoa.
Quem sofre alguma fobia específica sente ansiedade extrema, sudorese, tremores, aumento da frequência cardíaca e respiração rápida e tende a evitar a situação temida, que pode ser qualquer coisa: medo de algum animal, altura, lugares fechados etc.
Como ela afeta bastante a qualidade de vida da pessoa, o ideal é procurar algum profissional de saúde mental para aprender a lidar com as fobias específicas.
Ansiedade social
De certa maneira, a ansiedade social é uma fobia específica. Mas, nesse caso em particular, a pessoa se sente ansiosa frente a situações sociais em geral. Apesar do medo de falar em público ser recorrente entre pessoas com fobia social, ela vai muito além disso. A pessoa pode se sentir ansiosa em situações como comer na companhia de outras pessoas, conhecer ou conversar com novas pessoas, assinar documentos e até mesmo nas interações do cotidiano, como fazer uma compra em uma loja.
Os sintomas são muito parecidos com o de qualquer outro tipo de ansiedade. No caso da ansiedade social, o maior agravante é que a pessoa pode passar a evitar as situações que causam angústia, o que afeta sua qualidade de vida e suas relações.
Agorafobia
A agorafobia também é uma fobia e consiste no medo de ficar em lugares públicos, em que não há como escapar facilmente ou a pessoa teria dificuldade de receber ajuda no caso de alguma emergência.
É o caso de filas de banco, supermercado, usar transporte público lotado e até mesmo situações como ficar no meio da multidão em um show ou em assentos longe das laterais em cinemas ou teatros, por exemplo. Normalmente, a agorafobia está associada à síndrome do pânico, mas não é uma regra.
Como a ansiedade social, o maior problema desse tipo de ansiedade é que a pessoa passa a evitar as situações de estresse e isso afeta sua qualidade de vida.
Síndrome do pânico
Um ataque de pânico é um momento em que uma pessoa sente medo, angústia ou ansiedade repentinamente, com sintomas físicos e emocionais. Normalmente, o ataque de pânico está presente em vários tipos de ansiedade, em quadros depressivos e pode acontecer até com pessoas que nunca tiveram problemas como esses, frente a alguma situação de estresse.
Entre os sintomas de ataque de pânico, podemos listar:
- Dor ou desconforto no tórax
- Vertigens, instabilidade postural ou desmaios
- Medo de morrer
- Medo de enlouquecer ou de perder o controle
- Sensações de irrealidade, estranhamento ou distanciamento do meio em que vive
- Agitação ou arrepios
- Náuseas, dores gástricas ou diarreia
- Sensação de dormência ou formigamento
- Palpitações ou frequência cardíaca acelerada
- Falta de ar ou sensação de asfixia
- Sudorese
- Tremores ou espasmos
(Fonte: Manual MSD)
Quando a pessoa começa a se preocupar com esses ataques, ela pode desenvolver um quadro de síndrome do pânico. Nesse caso, é comum que a pessoa modifique sua vida e sua rotina para evitar ataques e, naturalmente, precisa procurar ajuda especializada para recuperar a qualidade de vida.
Estresse pós-traumático
Um dos tipos de ansiedade mais delicados, o estresse pós-traumático aparece em pessoas que passaram por alguma situação extrema. Pode ser um acidente, viver uma situação de guerra, um assalto à mão armada, um relacionamento violento ou qualquer outra coisa que represente risco à vida.
Os sintomas do estresse pós-traumático incluem pensamentos intrusivos, alterações no estado de alerta e no humor e evitar qualquer tipo de situação que lembre do evento causador do trauma. É comum que a pessoa reviva o evento do trauma mesmo que não passe por ele novamente, como ouvir estampidos de fogos de artifício, que lembram o barulho de explosões.
As pessoas com estresse pós-traumático ainda podem desenvolver comportamentos compulsivos para tentar lidar com a situação ou até mesmo recorrer ao álcool e outras substâncias. Então, é fundamental que ela tenha amparo profissional constante.
Ansiedade induzida pelo uso de substâncias
Algumas substância, lícitas ou ilícitas, podem desencadear ansiedade em algumas pessoas. É o caso de drogas como anfetaminas, cocaína, heroína e até mesmo LSD e maconha, mas também de outras substâncias de uso muito mais rotineiro, como álcool, cafeína e até mesmo alguns medicamentos.
Ela ocorre quando o uso de determinada substância (ou substâncias combinadas) desencadeia um ataque de pânico. Na maioria das vezes, como as pessoas associam seu uso ao bem-estar, dificilmente o relacionam com a crise.
O que fazer durante uma crise de ansiedade?
Se você sofre com ansiedade, provavelmente já precisou lidar com uma crise. É um momento bem desagradável, mas existem maneiras simples de amenizar os sintomas quando eles aparecem:
- Desvie a atenção dos sintomas. Não fique pensando na crise e no que pode vir a seguir, porque isso torna a crise ainda pior.
- Foque na respiração. Respire e inspire lentamente, de forma controlada, preste atenção no ar entrando e saindo dos seus pulmões. Concentre-se nisso.
- Relaxe os músculos. Perceba como seus músculos ficam tensos durante uma crise de ansiedade. Concentre-se neles e relaxe lentamente os ombros, o pescoço, os braços…
- Distraia-se. Ouça uma música que te faz feliz, saia para dar uma caminhada, assista a um vídeo… mantenha a cabeça ocupada durante a crise.
- Se possível, não fique sozinho durante a crise. Esteja perto de pessoas que te deixam confortável, converse sobre coisas boas. Isso também ajuda a distrair.
Já se você precisa ajudar alguém a superar uma crise, fique atento para não atrapalhar mais do que ajudar. Evite o excesso de positividade, frases como “isso vai passar”, “você precisa superar isso”… a intenção é boa, mas a pessoa só vai se sentir ainda mais ansiosa. Procure ouvir o que está deixando a pessoa angustiada, relembre bons momentos com ela, chame para dar uma caminhada ou fazer alguma atividade prazerosa… só não ofereça bebidas alcoólicas e entorpecentes e evite surpresas e expectativas, frases como “tenho uma coisa pra você” e outras que podem agravar a crise.
Seu apoio pode ser fundamental para que a pessoa passe por esse momento e se reestabeleça, mas não se esqueça: você não é profissional e pode ser que ela precise de uma ajuda além do seu alcance.
Como tratar a ansiedade?
O primeiro passo para tratar um quadro de ansiedade é procurar o diagnóstico de um profissional. Como reforçamos várias vezes ao longo deste artigo, a ansiedade é uma resposta comum do organismo e só passa a ser considerada uma doença a partir do momento em que afeta a vida da pessoa.
Se você observou que está tendo problemas na sua rotina por causa dela, é hora de procurar um médico psiquiatra. Isso não é vergonha nenhuma e é fundamental para recuperar o controle da sua vida.
O tratamento para ansiedade normalmente é feito com terapia e, dependendo do quadro, com o auxílio de medicamentos. Também é essencial inserir atividades físicas na rotina: já é comprovado que movimentar o corpo é um excelente meio natural de lidar com crises ansiosas!,
Leia também: Esportes: seus aliados para uma vida saudável
O Cartão Beneficiar pode te ajudar!
Se você precisa de consultas médicas com valores acessíveis para diagnosticar e tratar a ansiedade, conte com o Cartão Beneficiar.
Em nossas clínicas parceiras, você encontra psiquiatras prontos para te atender e não vai precisar pagar uma fortuna pela consulta – que, nós sabemos, pode ser bem cara. Além disso, você ainda conta com psicólogos, descontos em academias e em farmácias.
Recupere o controle da sua vida com o Cartão Beneficiar! Clique no banner abaixo e cadastre sua família!